A existência de uma literatura nordestina talvez se deva ao fato de que os críticos de literatura ainda não introjetaram o conceito de diversidade na própria idéia do que é a literatura brasileira. Deve-se também lembrar que os nordestinos a tornaram conhecida menos pelo desejo de fazer existir uma literatura nordestina em si e mais por fazer uso da realidade social e ficcional da região, como atesta a produção dos seus escritores das primeiras décadas do século. Mesmo a poesia, que mais prontamente se ambientou aos moldes do modernismo, o fez à luz dos elementos da cultura regional, quer para contestar o europeismo dos primeiros, quer para afirmar-se como segmento diferenciado na defesa de uma identidade nacional diversa, como se verifica no modernismo-tradicionalista de Gilberto Freyre.
O programa de literatura do projeto Nordestes irá destacar as obras que se desvencilharam dos grilhões de uma estética tradicional, optando por aquelas que tenham como objeto de linguagem as estruturas perceptivas de uma comunicação mais próxima da vida contemporânea, tanto ficcional, quanto poética, partindo, única e exclusivamente, da produção literária da década de 90 e firmando a atenção nas obras, em detrimento da importância dos autores em suas épocas distintas. O livro, além disso, não deverá ser exposto em sua forma convencional (estantes); estará ali não para ser visto, mas sobretudo para ser tocado e lido. Se há aqui um conceito, é o do prazer reflexivo, aquele que apela para a sensibilidade (tátil, visual, auditiva). O livro menos como produto e mais como personagem.
Fonte:http://www.sescsp.org.br/sesc/hotsites/nordestes/literatura.htm
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
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