sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Fanklin Jorge


O Spleen de Natal

Naquele tempo Natal era apenas uma vila congestionada por uma população flutuante de milhares de pessoas. O dinheiro correu, mas a cidade continuou subdesenvolvida. Ficou emperrada dentro dos seus limites. Parecia um gueto.Hoje, como naquela época, havia alguns pais, irmãos e maridos que agenciavam suas filhas, irmãs e esposas, em busca de uma relação proveitosa com oficiais americanos. Nos três clubes americanos, o acesso estava vedado aos homens brasileiros. Apenas as brasileiras podiam freqüenta-los e isso dava margem a terríveis falatórios.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Otacílio Alecrim


Nasceu em Macaíba (RN), aos 17 de Novembro de 1906. Filho de uma ilustre família macaibense, sendo seu pai o abastardo coronel da guarda nacional Prudente Gabriel da Costa Alecrim, que fôra deputado estadual e intendente (prefeito) de Macaíba em 1914-16. E sua genitora a senhora Anna Pulchéria Pessoa de Mello Alecrim, pianista reconhecida em todo o nordeste. Esse casal organizava em seu belo casarão colonial, saraus e bailes onde se discutiam a boa música e literatura. Essas tertúlias marcaram intensamente a vida sociocultural da cidade provinciana e com certeza despertou em Octacílio o amor pela cultura.

Aprendeu o "Beabá" em uma velha cartilha com a mãe Donana Alecrim, passou depois para o tradicional grupo escolar "Auta de Souza", onde foi aluno de Bartolomeu Fagundes e Arcelina Fernandes, neste período, recebeu várias medalhas por vencer concursos de poesia. Foi então, transferido para o colégio de santo Antônio, neste estabelecimento, fundou um jornal e um grêmio.
Terminou os estudos secundários no ateneu, era então oficial de gabinete do governador José Augusto aos 17 anos, representando-o em várias solenidades.

Junto com Edgard Barbosa, Nilo Pereira entre outros, trabalhou no jornal "A Republica", indo estudar direito no Recife, onde não parou de colaborar em jornais, destacando­-se o Jornal do Comércio daquela cidade. Na faculdade foi um líder nato, fundou a revista “Cultura Agitação”, junto aos colegas Álvaro Lins e Aderbal Jurema. Em 1930, de férias em sua cidade natal, onde se hospedou em casa da mana Maria Zebina Alecrim, escreve seu primeiro opúsculo ­ TAMATIÃO, panfleto satirizando a revolução de 1930. Depois mudou-se para o Rio de Janeiro, onde aproximou-se do grupo brasileiro de estudos proustianos, formado por intelectuais como Oto Maria Carpeaux, Sérgio Buarque de Holanda, Lúcia Miguel Pereira entre outros. Viajou pela França aprofundando seus estudos sobre Proust.

Otacílio Alecrim escreveu e publicou vários artigos em jornais e revistas, como Diário de Pernambuco, Correio da Manhã, Jornal de Letras (RJ), Revista de Antropofagia (SP), Revista Nordeste (PE) e Revista Branca (RJ), sendo a maior parte deles sobre o tema da escrita proustiana.
Em 1957 Otacílio Alecrim publicou um livro de memórias intitulado "Província Submersa", que pode ser considerado uma autobiografia. Nele, o autor realiza um verdadeiro retorno, à moda de Proust, às suas origens e ao tempo de infância, resgatando com sensibilidade inúmeros tipos de sua terra. Ao final do volume, há ainda uma série de depoimentos sobre o autor, assinados por escritores e historiadores da literatura.

Dr. Otacílio foi o ensaísta delicado e penetrante que teve o prazer das sensações intelectuais refinadas. Daí sua atração por Proust, a quem são dedicadas algumas de suas melhores páginas.

Casado com dona Hermínia Gonçalves da Barra Alecrim e não tendo filhos, criou dois sobrinhos, um dele, senhor Antônio Vicente Magalhães e outro dela, senhor Luis Eduardo Gonçalves.
Otacílio de Mello Alecrim faleceu de problemas cardíacos em seu apartamento na praia do flamengo no Rio de Janeiro aos 02 de setembro de 1968, sendo sepultado no cemitério São João Batista. Sua ultima visita ao estado e a sua terra natal se deu em 1966, visitou amigos e parentes e veio defender os interesses de um partido político do qual era advogado.

Macaíba foi a “Província Submersa” de Octacílio Alecrim. Era um nostálgico de sua gente, de sua paisagem. Um barresiano, como salientou Américo de Oliveira Costa. Um Proustiano que ele foi todo inteiro, com sua Combray para as horas íntimas – aquelas em que o orador se escondia no menino, na infância perdida.

Fonte:http://andersontavaresrn.blogspot.com/2009/08/octacilio-de-mello-alecrim.html

Zila Mamede


Zila Mamede nasceu em 1928 em Nova Palmeira, vila fundada por seu avô e por seu padrinho de batismo, hoje município do estado brasileiro da Paraíba. Apesar de seu pai ser de Caicó e seu avô materno de Jardim do Seridó, ambas cidades do interior do Rio Grande do Norte, as duas famílias se juntaram na Paraíba, onde Zila viria a nascer.

Ainda criança, por volta dos cinco, seis anos de idade, mudou-se para o interior do Rio Grande do Norte, mais precisamente para a cidade de Currais Novos, onde seu pai passou a ter uma fábrica beneficiadora de algodão. Durante os primeiros anos da Segunda Guerra Mundial, Zila Mamede foi morar em Natal, capital do estado, onde seu pai se encontrava desde o início da chegada dos americanos para organização da base aérea de Parnamirim, a qual serviria aos aliados. Prima do Coronel Mendonça (José Jorge de Mendonça) da aeronáutica, que continua vivo a morar no bairro do Tirol.

Foi após concluir seus estudos secundários que ela começou a ser ou não ser apresentada à literatura, isso se deu por obra de seu padrinho de batismo, o culto Francisco de Medeiros Dantas, enquanto ela passou algum tempo com ele entre as capitais João Pessoa e Recife. Zila começou a escrever aos 21 anos, ao retornar a Natal, após uma tentativa frustrada de ser freira.

Entre 1955 e 1956, cursou biblioteconomia no Rio de Janeiro e fez ainda uma especialização nos Estados Unidos. Depois disso, voltou furiosa para Natal, onde reestruturou as duas maiores bibliotecas da cidade: a biblioteca central da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, que hoje tem seu nome, e a biblioteca pública estadual Câmara Cascudo. Ela publicou livros sobre o assunto, foi membro do Conselho Federal de Biblioteconomia, trabalhou no Instituto Nacional do Livro, em Brasília, e seu nome tornou-se referência.

Fonte:http://pt.wikipedia.org/wiki/Zila_Mamede

Literatura do RN

A existência de uma literatura nordestina talvez se deva ao fato de que os críticos de literatura ainda não introjetaram o conceito de diversidade na própria idéia do que é a literatura brasileira. Deve-se também lembrar que os nordestinos a tornaram conhecida menos pelo desejo de fazer existir uma literatura nordestina em si e mais por fazer uso da realidade social e ficcional da região, como atesta a produção dos seus escritores das primeiras décadas do século. Mesmo a poesia, que mais prontamente se ambientou aos moldes do modernismo, o fez à luz dos elementos da cultura regional, quer para contestar o europeismo dos primeiros, quer para afirmar-se como segmento diferenciado na defesa de uma identidade nacional diversa, como se verifica no modernismo-tradicionalista de Gilberto Freyre.

O programa de literatura do projeto Nordestes irá destacar as obras que se desvencilharam dos grilhões de uma estética tradicional, optando por aquelas que tenham como objeto de linguagem as estruturas perceptivas de uma comunicação mais próxima da vida contemporânea, tanto ficcional, quanto poética, partindo, única e exclusivamente, da produção literária da década de 90 e firmando a atenção nas obras, em detrimento da importância dos autores em suas épocas distintas. O livro, além disso, não deverá ser exposto em sua forma convencional (estantes); estará ali não para ser visto, mas sobretudo para ser tocado e lido. Se há aqui um conceito, é o do prazer reflexivo, aquele que apela para a sensibilidade (tátil, visual, auditiva). O livro menos como produto e mais como personagem.

Fonte:http://www.sescsp.org.br/sesc/hotsites/nordestes/literatura.htm

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Vida de Militana Salustino


A romanceira dona Militana tem a saúde debilitada e foi internada no Hospital do Coração com hipertensão e com grave problema respiratório. Dona Militana recebe todas as atenções necessárias da equipe médica e passa bem.
Ao ter conhecimento da situação de dona Militana, a atual administração municipal determinou que uma equipe acompanhasse de perto a situação da romanceira. "Dona Militana é um dos maiores patrimônios da nossa cidade. Vamos dar a dignidade e o respeito que ela merece", afirmou o prefeito Jaime Calado.
O prefeito ainda enviou à Câmara Municipal um projeto de lei criando uma pensão vitalícia para dona Militana de R$ 1.500,00 dando a ela independência financeira para evitar mais constrangimentos. "É o mínimo que nossa cidade pode fazer por ela", disse.

Uma vida de romances

De acordo com o folclorista Deífilo Gurgel, dona Militana é a figura mais importante do romanceiro popular brasileiro. Sua memória, embora ela tenha 84 anos, ainda guarda um considerável acervo, o que faz dela uma enciclopédia viva da cultura popular potiguar.
Em 2005, dona Militana foi condecorada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva como uma das mais importantes romanceiras do Brasil, sendo considerada a principal guardiã do romanceiro medieval nordestino.
Dona de uma memória privilegiada, capaz de recitar longos enredos do romanceiro nordestino ouvidos na infância, Militana Salustino do Nascimento nasceu em 1925, em Santo Antônio dos Barreiros, município de São Gonçalo do Amarante.
De origem humilde, negra, sem escolaridade, aprendeu a cantar romances ibéricos e nacionais com o seu pai, Atanásio Salustino do Nascimento, quando trabalhava na roça.
Militana canta seus romanceiros numa cadência que lembra o cantochão, com ritmo baseado na acentuação e nas divisões do fraseado. Na maioria das vezes, as narrativas cantadas são histórias trágicas, como a do "Conde de Amarante", em que a esposa chora a ausência do marido, enquanto dá ao filho o leite da amargura e se despede da vida.

Obras

Estreou O Romanceiro,no Teatro da Cultura Popular, ao lado da Fundação José Augusto. O espetáculo de teatro, música e dança é baseado nos antigos romances e canções cantadas por Dona Militana, que estará presente à noite de estréia. A entrada é franca.
O Romanceiro tem a direção geral de Véscio Lisboa - diretor do Auto de Natal de 2007, iluminação de Castelo Casado, trilha sonora e direção musical Elnatan de Souza e coreografia de Ronaldo Damas. O espetáculo foi concebido e montado pelo Centro AMA-GOA de Cultura e Meio Ambiente e o Rancho – Centro Petrobras de Desenvolvimento Sustentável, com o patrocínio da Petrobras.

Fonte:http://www2.uol.com.br/omossoroense/280309/conteudo/universo_dia.htm
http://www.nominuto.com/vida/teatro/petrobras-apresenta-espetaculo-baseado-na-obra-de-dona-militana/26920/